Navio-hospital da Marinha chega a Cruzeiro do Sul para atender população ribeirinha e indígenas

Os atendimentos iniciam nesta sexta (10) com moradores da área urbana de Cruzeiro do Sul. Este ano, a tripulação faz a 23ª missão na região, em ação chamada de Operação Acre 2023.

Além de Cruzeiro do Sul, moradores das cidades de Rodrigues Alves, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Mâncio Lima, todas localizadas às margens do Rio Juruá, devem ser atendidos pelas equipes. Os profissionais se preparam também para levar assistência à comunidades que não ficam às margens do rio.

“São serviços médicos, odontológicos, exames laboratoriais, exames radiológicos. Com a parceria das secretarias municipais, vamos também fazer a parte de vacinação, que é uma demanda reprimida, e foi repassada essa demanda de aumentar a quantidade de pessoas vacinadas, principalmente crianças. Temos um pediatra a bordo para atender, então, vamos aproveitar também essa prioridade do atendimento pediátrico”, destacou o comandante da tripulação, capitão de corveta Thiago Batista D’Oliveira.

A tripulação se reuniu, na manhã desta quinta, com o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, e equipes da pasta para definir as cidades que terão prioridades nos atendimentos e ajustar os meios que a Sesacre vai auxiliar essas equipes.

“Às vezes, tem essa demanda reprimida de pegar senha, não conseguir ser atendido, então, estamos aqui para apoiar nesse sentido, a população conseguir ser atendida, conseguir fazer alguns exames. A intenção do navio é apoiar e contribuir com as secretarias municipais, reduzir a lista de espera”, destacou o capitão.

O navio conta com 27 profissionais e especialistas:

“Não atendemos apenas as comunidades ribeirinhas, por isso a importância do apoio das secretarias de Saúde, que entraram em contato com outras secretarias. Os municípios têm esse mapeamento e a gente disponibiliza a equipe e vão pelo meio terrestre com a disponibilização de vans, micro-ônibus e nossa equipe vai e atende essas comunidades isoladas que não estão à margem do Rio Juruá”, pontuou o comandante.

O navio-hospital saiu de Manaus (AM) no dia 19 de janeiro. Logo que entrou no território do Vale do Juruá, os profissionais já começaram a atender as comunidades. De lá até Cruzeiro do Sul, 564 pessoas receberam assistência médica.

Com a embarcação atracada em Cruzeiro do Sul, a tripulação depende do nível do Rio Juruá para ir até cidades mais afastadas, como Marechal Thaumaturgo, por exemplo. O capitão falou sobre a satisfação de saber que algumas comunidades esperam o ano todo para ter acesso aos serviços do navio.

“Isso deixa um sentimento em toda tripulação de cumprir a missão, sabemos da importância do navio, da importância de que algumas pessoas só vão ter acesso a serviços de saúde com o navio, então, isso faz com que todo mundo se empenhe da melhor forma possível para levar a saúde para essa população”, finalizou.

O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, disse que a presença do navio-hospital fortalece a assistência médica oferecida para as comunidades ribeirinhas, indígenas e os povos que moram mais distante da área urbana das cidades.

“Fica o agradecimento à disponibilidade da equipe da Marinha em estar trazendo os profissionais, especialistas e exames que, na maioria das vezes, a população não tem acesso. Inicialmente, entraremos com a parte logística, daremos apoio com a questão de transporte, de insumos pontuais, temos um acesso direto com o comandante da embarcação que vai nos pontuar, no decorrer da missão, algo que seja necessário e o Estado, assim como os municípios, estão totalmente alinhados para dar esse apoio”, acrescentou.

O foco principal da missão, segundo Pascoal, é reduzir as filas de espera que as cidades têm. O navio conta com um aparelho de mamografia e outro de ultrassonagrafia, o que, conforme o secretário, vai agilizar quem espera por esses exames há algum tempo.

“Eles dispõem de especialistas, daremos apoio com algum outro especialista que venha demandar, mas o mais importante é dar vazão aos exames. Então, estaremos aí levantando o que tem de demanda mais urgente e encaminhando para que seja feito aqui na embarcação para tentar reduzir as filas”, concluiu.

Colaborou o repórter Bruno Vinicius, da Rede Amazônica Acre.

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